A APHP teve sempre como prioritária, no quadro da sua missão de consagração e representação da hospitalização privada, a componente clínica, a par da centralidade do doente e das políticas que configuram o sistema de saúde.
No mesmo ano em que se constituiu, em 1971, o Grémio Nacional das Casas de Saúde, primeira designação da APHP, criou um Centro de Estudos Técnicos, que, entre outras atribuições, coordenava as atividades das casas de saúde com os hospitais estatais no internamento, tratamento, repouso, profilaxia e exames de despiste, na perspetiva de uma política de saúde unificada.
Com o apoio deste Grupo de Estudos Técnicos, a comissão diretiva do Grémio estava particularmente atenta às Cartas Sanitárias que França e Itália haviam elaborado e que foram a base da planificação e programação das suas estruturas hospitalares, da harmonização dos estabelecimentos públicos e privados, e se revelaram estruturantes para o progresso da medicina, nos dois países.
No final da década de 1970, a Associação Nacional de Hospitalização Privada, a segunda designação da APHP, mantém o foco original e reivindica para os hospitais privados o estatuto de instrumento indispensável de uma medicina ao serviço do doente. Adota a Carta Internacional da Hospitalização Privada (1977), organiza-se em secções, algumas com foco clínico, que apoiam a direção na tomada de decisão e no expediente diário. Nas décadas de 1980 e de 1990, a APHP contou também com a colaboração próxima de associações arrendatárias das suas instalações, como a Associação Portuguesa dos Médicos Radiologistas e da Associação dos Médicos Analistas Proprietários de Laboratórios de Análises Clínicas.
A partir do ano 2000, os temas médicos – que se revelaram mais estruturantes do que nunca, numa era de elevado crescimento do número de hospitais privados – passaram a ser coordenados pelos clínicos que integraram, ao longo dos anos, os órgãos sociais da APHP, com a consultoria regular dos diretores clínicos dos associados.
Contudo, considerando a atual diferenciação dos hospitais privados, o seu papel no sistema de saúde nacional e o crescimento das múltiplas interações com entidades terceiras, incluindo a nível internacional, a atual direção da APHP considerou pertinente ter um aconselhamento específico na área médica.
A criação, em 2024, do Conselho Clínico capacita a APHP para tratar questões de caráter clínico, que, por definição, têm um âmbito que só os médicos têm competência para tratar, com propriedade e segurança.
